Com o eixo temático “Patrimônio Imaterial: uma construção”, acontece em São Cristóvão a II Jornada de Estudos sobre a Cultura Popular. O evento teve início no Dia do Folclore, 22, na Casa do Iphan, e nesta quarta-feira, 24, realizou uma Roda de Leitura, com o tema “Mestre Calasans e a cachaça do folclore”.Coordenada pelo diretor do Museu Histórico de Sergipe, Thiago Fragata, a roda de Leitura reuniu secretários, diretores, coordenadores, professores, pesquisadores, estudantes do Colégio Estadual Padre Gaspar Lourenço e o convidado especial, o secretário de Cultura do Município de Laranjeiras, Irineu Fontes.Durante o evento, foram escolhidos textos acerca da temática do dia, cujo elo é a importância do registro e manutenção da cultura, para serem lidos por diversas pessoas e coube à coordenadora do PIT- Posto de Informações Turísticas, Eliene Marcelo, a leitura sobre a mudança da capital, o que contrariou os ideais da figura ilustre conhecida como João Bebe Água. No andamento do texto escrito por Manuel Passos, foram citados nomes de sergipanos importantes como Tobias Barreto e do próprio João Bebe Água. O registro é de 1985, primeira nota biográfica sobre o ícone sancristovense, o qual não aceitou a mudança da capital para a Aracaju. Na sequência, coube à coordenadora da Casa do Folclore, Maria Glória, a leitura de um texto do sergipano Sylvio Romero, intitulado “A onça e o Bode”. Poetisa, a coordenadora foi além e desenhou o texto através da interpretação, o que prendeu a atenção dos estudantes e os fez captar a mensagem do texto. Convidado especial para a roda, Irineu Fontes, sobrinho do autor que tematizou a roda, dei início à sua fala, citando passagens de sua infância e adolescência, entremeando a descoberta de sua vocação com a vivência familiar com o mestre Manuel Calasans. Descrita a figura, de estatura alta e voz imponente, Irineu contou histórias sobre o tio enveredando-se pela biblioteca do parente, passando pelas balas de leite e a bengala em madeira jacarandá que pertenceu ao avô e lhe foi premiada, até a sua satisfação em pesquisar os ícones folclóricos, reconhecendo que, devido à influência do tio, essa é a atividade que realiza os seus dias, mantendo viva a “Cultura Popular”, meio de sobrevivência do fogo que preenche a vida. Em sua fala, resumiu o que lhe trouxe e impulsiona. “Mesmo com a influência do meu tio, foi a partir de Mariano Antônio e Valfran de Brito que comecei a pesquisar folclore. O importante é viver”. Porém, antes de encerrar, deixou uma mensagem para os estudantes. “Nem todo tem um Zé Calasans em casa, mas é preciso resistir ao que nos é empurrado, que só leva às drogas, como o crack, a cocaína”.O coordenador da Roda de Leitura, Thiago Fragata, explicou que foram separados e lidos na manhã desta quarta-feira, títulos do cancioneiro popular.Neste dia 24, quando se encerra a programação da II Jornada de Estudos sobre a Cultura Popular, quando também é comemorado o Dia do Artista, é por meio da figura de Aglaé Fontes, secretária Municipal de Cultura e Turismo, que São Cristóvão parabeniza todos os folcloristas e pesquisadores, que vivem arte e desbravaram uma arte para viver.Entre os presentes, a secretária Municipal de Cultura e Turismo, Aglaé Fontes; a diretora de Turismo, Silene Lazarito; a coordenadora da Casa do Folclore Zeca de Noberto, Maria Glória Santos; a coordenadora da Biblioteca Pública Municipal Senador Lourival Baptista, Rose Mary de Jesus Barros Barbosa; a coordenadora do PIT – Posto de Informações Turísticas, Eliene Marcelo; e o diretor do Museu Histórico de Sergipe, Thiago Fragata.
Texto e foto: Yara Santos
Texto e foto: Yara Santos