03 junho 2011

CAPS VALTER CORREIA COMPLETA 6 ANOS DE EXISTÊNCIA



“Amar ao próximo como a si mesmo”. Este é o mandamento bíblico que resume a dedicação dos profissionais que atendem os participantes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Valter Correia, em São Cristóvão, que na tarde de ontem, 02, completou seis anos de existência.
Repleta de participantes, profissionais e convidados, a tarde foi de muita emoção, pois cada integrante representa uma conquista da equipe, dirigida há três anos por Marcos Aurélio Marques.
“Numa data como esta, temos muito a comemorar, pois já existem muitas conquistas e ao mesmo tempo muito pelo que lutar. Anteriormente aos CAPS, o portador de transtorno mental era tratado em manicômios e hospícios, mas o integrantes do CAPS é oriundo da comunidade, o que diminui e leva, praticamente, à extinção, os casos de pessoas amarradas ou esquecidas na escuridão. Por isso, é preciso que o profissional seja qualificado através da academia, já que existe uma nova visão e nós aprendemos no dia a dia a trabalhar esta proposta. Um dos nossos maiores desafios é o preconceito da população com o portador de transtornos, o que também estamos vencendo, à medida que a comunidade vai ficando mais esclarecida”, relatou o diretor.
Rute é uma das oficineiras que está na equipe desde a fundação do CAPS, responsável pelo discurso de abertura da reunião de ontem.
“Nosso primeiro integrante foi Danilo, que era menor de idade, não deixava ninguém quieto e, às vezes, era preciso desenvolver alguma oficina para prender a atenção dele e deixar os demais quietos, um desafio. Toinho Tererê era o secretário da Saúde da época em que foi instalado o CAPS, quem sempre dizia que era importante registrar para posteriormente fazer uma comparação de como os usuários chegavam e os avanços alcançados. O Gérson é um exemplo, pois antes de ser acompanhado pelo serviço CAPS, vivia amarrado e hoje tem outra condição de vida, por isso a equipe está feliz”, disse.
Dona Maria José é a ‘Foguetinha’, representante dos pacientes, que ao falar emocionou os convidados, pois reconheceu o esforço da coordenadora de Saúde Mental de São Cristóvão, Edjane Mendes; a dedicação do diretor, Marcos Aurélio; a importância do ex-prefeito Zezinho da Everest e da atual administração municipal.
“Nós damos e queremos receber carinho. Por sermos integrantes do CAPS não devemos virar as costas para o mundo, nós podemos ter uma vida social, levantar a nossa cabeça e seguir em frente. Aqui, eu aprendi que sou uma pessoa normal e que o respeito começa por mim mesma. Tomo os meus medicamentos e me sinto uma pessoa capaz”, falou a Foguetinha ao som de aplausos de todos.
Emocionada, a irmã do ex-prefeito Zezinho da Everest, Vânia Corrêa, contou os princípios nos quais foi criada pelos seus pais, em companhia de mais sete irmãos, destacando o amor e a solidariedade, motivos pelos quais toda a família se doou ao serviço social, a exemplo da obra do CAPS Valter Correia, que mantém viva a memória do irmão.
À espera de um lanche saboroso, para comemorar o aniversário do CAPS, os integrantes receberam ainda a bênção do diácono Júlio César, cujas palavras evidenciaram que a base do trabalho realizado dentro da proposta do CAPS é o amor que Deus concede e deve ser passado ao próximo.
Toda a equipe do CAPS Valter Correia comemorou o aniversário do centro em companhia dos integrantes e familiares, o que deixa claro o sucesso do trabalho antimanicomial do portador de transtorno mental.

Texto e foto: Yara Santos