10 maio 2012

CULTURA REALIZA CURSO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

 “Ô Suzanê, cadê Mãe Suzana, Mãe Suzana morreu, No tope da ladeira, Mas meu Deus, cadê ela, oi aí Mãe Suzana”. Na manhã desta quinta-feira, 10, em parceria com a Casa do Iphan, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo realizou um Curso de Educação Patrimonial, onde foram apresentadas as palestras da secretária Aglaé Fontes e do pesquisador, Ivan Rêgo.

Na plateia, o presidente da Câmara Municipal, o vereador Paulinho do Correio; o diretor do Museu Histórico de Sergipe, Thiago Fragata; o maestro da Lira Sancristovense, o músico José Furtunato, entre outros.

A secretária municipal da Cultura e do Turismo, a professora Aglaé Fontes, fundamentou a sua apresentação na pesquisa de Rubens Alves, tratando do hibridismo resultante da miscigenação racial, cultural e social, passeando pela análise das contribuições dos povos presentes nas manifestações.

O São Gonçalo do Amarante, festa de origem ibérica, carrega consigo a lenda de que o santo usava sapatilhas cheias de pregos, como penitência, quando saia para tocar a sua viola para as prostitutas dançarem e gastarem a sua energia. As festas possuem características eclesiásticas e populares, por isso necessita de uma ótica ampliada para serem compreendidas e preservadas, a exemplo dos lapeiros, reisados, pastoris, folia de reis, festa do divino e o Ciclo da Quaresma. A professora pontuou rituais da Festa de Senhor dos Passos, classificando teatral quando os fiéis jogam as mortalhas no andor.

“O que está arraigado no popular é realizado independente da aprovação da igreja. Num país de tantas caras não dá para haver apenas uma forma de expressar, os bons ou ruins somos nós mesmos. São Cristóvão possui o culto católico como tradição, mas o culto negro está presente na cultura do município e ainda vamos caminhar bastante para reconhecer a nossa matriz africana”, disse a secretária.

Segundo os estudos de Rubens Alves, as religiões são criadas a partir das neuroses, revelação dos deuses ou para serem o ópio do povo e em suas manifestações, a dança é um elemento presente que une as expressões.

Em seguida, o pesquisador Ivan Rêgo apresentou a sua palestra sobre as características da Festa de Nosso Senhor dos Passos, analisando todo o entorno do evento, contemplando os bens materiais, imateriais, humanos e sonoros com os quais interage a Festa.“A Praça São Francisco, patrimônio da Humanidade reconhecido pela UNESCO, é o local onde há o encontro entre a imagem do Senhor dos Passos com a de Nossa Senhora, na Procissão do Encontro, onde também acontece o Canto da Verônica, de maneira que o imaterial e o material convivem”, explicou. “Jiruaê ô quimbomba ê, Jiruá, jiruá, esquintin calamundê, Jiruaê ô quibamba ê, vai vai esquintin calamundê”.




Texto e Foto: Yara Santos