15 julho 2011

PROJETO FARMÁCIA VIVA SERÁ IMPLANTADO NOS CAPS DE SÃO CRISTÓVÃO EM PARCERIA COM A UFS





Na tarde desta quinta-feira, 14, a Coordenação da Saúde Mental de São Cristóvão realizou uma reunião intercaps, reunindo profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial Valter Correia e João Bebe Água, para receber a equipe da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que desenvolverá em parceria com os profissionais do município, o projeto Farmácia Viva, marcando um momento histórico, o que deve beneficiar os usuários e seus familiares, na posteridade.

A coordenadora da Saúde Mental, Edjane Mendes, os coordenadores do CAPS Valter Correia, Marcos Aurélio Marques e a coordenadora do João Bebe Água, Rosângela Félix Lima, além dos profissionais que compõem as respectivas equipes, receberam a visita do professor do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe, Wellington Barros, e de estudantes do curso, além das mestrandas Elis Maria Santos e Juliana Rabelo.

As mestrandas Juliana Rabelo, já conhecida pelos profissionais do CAPS João Bebe Água, onde desenvolve o seu tema há alguns meses, intitulado “Avaliação da adesão ao tratamento”; e Elis Maria Santos, apresentaram uma temática que as une em um ponto comum, a Farmácia Viva, pois pretendem no primeiro momento, desenvolver palestras destinadas às famílias dos usuários falando sobre tratamentos fitoterápicos que fazemos levando em conta o conhecimento popular sobre as ervas; no segundo momento, tratar da colheita e da secagem dessa erva, incentivando o cultivo domiciliar; e no terceiro, apresentar as contra-indicações e cuidados que se deve ter com a utilização das ervas.

Por meio do estudo das ervas e o plantio de uma Farmácia Viva nos CAPS, será possível desenvolver sabonetes de ervas, velas aromáticas, remédios caseiros, gerando renda e fontes naturais medicamentosas. Para tanto, o projeto será desenvolvido com a parceria da UFS.

De acordo com o professor, o estudo é de total relevância, pois nem sempre a finalidade anunciada tem seu efeito na prática, a exemplo da utilização de chás feitos para ser consumido durante muitos dias, sendo depositados em garrafas e conservados em geladeiras, onde a depender da maneira como a folha e a parte aproveitada foi preparada, pode ter se tornado um local repleto de bactérias.

“No Brasil, a babosa é muito utilizada, mas a finalidade medicamentosa ainda não foi aprovada e, por isso, muitos anunciantes comercializam seus produtos à base de babosa, como suplementos ou outras designações, pois não têm liberação para serem anunciadas como medicamentos, podendo até fazer o efeito contrário a quem tem problemas de estômago ou câncer, sendo restrita a sua utilização de modo externo, diferente do que prometem alguns produtos para emagrecimento que estão sendo comercializados”, alertou o professor.

Wellington, além de sua formação em Farmácia, é originário de uma área brasileira onde as plantas têm grande expressividade, o Pará. “Sou nascido no Pará, onde utilizamos muitas plantas na nossa tradição, e nas minhas experiências, já morei em Santa Catarina, onde detectei que as folhas do maracujá e do mulungu são muito utilizadas para acalmar os pacientes, mas apresentam uma contra-indicação para os usuários com mais de 65 anos de idade, portadores de hipertensão e arritmia cardíaca, pois causam aceleração dos batimentos cardíacos.

Em sendo assim, muitos ficaram curiosos com o que de fato faz bem e o que faz mal na medicina popular. Por isso, a implantação do projeto Farmácia Viva deverá promover aos usuários, o conhecimento sobre a utilização das plantas e nesta sexta-feira, a partir das 14h, familiares e usuários assistirão à palestra das mestrandas e da equipe da Universidade Federal de Sergipe, no CAPS João Bebe Água.


Segunda pauta

Ainda na tarde da quinta-feira, 14, a coordenadora da saúde mental, Edjane Mendes, reuniu os profissionais dos CAPS para a formação das equipes que devem trabalhar para a realização da semana da saúde mental em são Cristóvão, no mês de outubro, culminando no dia 10. Também foi abordada a necessidade de qualificar a linguagem técnica dos profissionais, sendo disponibilizando um glossário de termos técnicos para a descrição dos aspectos dos usuários. “Mesmo havendo o termo técnico, é necessário voltar o olhar para o usuário para compreendê-lo”, enfatizou a coordenadora.


Texto e foto: Yara Santos