Realizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), através do Museu Histórico de Sergipe (MHS), e parceira ONG Sociedade para o Avanço Humano e Desenvolvimento Ecosófico (SAHUDE) o evento contou com o apoio da gestão municipal. O cenário escolhido para as manifestações alusivas ao Dia da Consciência Negra, comemorado ontem, 20 de novembro, foi a Praça São Francisco consagrada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Com o tema Matrizes da Religiosidade Brasileira, o organizador do evento, o historiador Thiago Fragata explica que a ideia é instigar a população para uma reflexão sobre a convivência pacífica das diferentes matrizes culturais que fizeram do Brasil um país multicultural. “São Cristóvão tem cerca de 20 terreiros, entre terreiros de candomblé e umbanda. Mas hoje nós temos aqui não somente a população negra, mas também o índio e o branco, onde juntos mostram a diversidade cultural de nossa terra” completa.
Além da conscientização para a importância do negro na sociedade, outro assunto debatido durante o evento foi a preservação do meio ambiente. Como forma de combater esse mal, caixas de papelão reciclado foram distribuídas no entorno do evento, para eu o lixo tomasse seu destino corretamente.
O evento que começou ontem no início da tarde, teve como uma de suas atrações o grupo de percussão do Projovem Trabalhador “Música e Vida: reciclando para o futuro”. Tocando instrumentos feitos com materiais recicláveis, a exemplo de garrafas peti, canos, tampas de garrafa de refrigerante e latas de tinta os garotos mostraram tudo o que aprenderam durante as aulas.
Satisfeita a pedagoga Maria Rita dos Santos ressaltou a importância do debate dentro das unidades escolares. “A escolar é um formador de opinião, é de suma importância que esse tipo de evento ultrapasse os muros das escolas, e que os alunos possam refletir e propagar a proposta debatida nesses dois dias” disse.
Já Maria Glória, funcionária pública, explica que infelizmente o negro só é lembrado uma vez ao ano, o que provoca todo o enfraquecimento e o não reconhecimento da sua importância. “Nós temos que praticar. O negro não existe somente no dia 20 de novembro, ele está presente todos os dias e é isso que a comunidade tem que reconhecer” informa.
Ao final da tarde, motivados pelo canto do cacique da tribo Cariri Xocó, os participantes deram um abraço na Praça São Francisco selando a paz entre as diversidades étnicas e culturais. O evento foi encerrado pela Banda África.
Texto e foto: Grazziele Santos