23 agosto 2010

SÃO CRISTÓVÃO: “DE EX-CAPITAL A PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE”

De ex-capital a Patrimônio da Humanidade”. A conquista do título pela Praça São Francisco inspirou a definição do tema que será apresentado pelo PETI-Programa de Erradicação do Trabalho Infantil de São Cristóvão no desfile cívico de Sete de Setembro.
A temática está sendo trabalhada através das oficinas oferecidas pelo Programa. Marchetaria e pirografia, ministrada pelo professor Lucivaldo Dórea; Pintura em tela, pelo professor Ricardo Lins e demais artes estão dando formas a quadros, bandeiras, que abrilhantarão o desfile dos 377 dos adolescentes e das crianças do PETI, mostrando todo o patrimônio histórico-cultural material e imaterial de São Cristóvão.
A coordenadora do PETI- Programa de Erradicação do Trabalho Infantil de São Cristóvão, Sandra Regina Lima Rozendo, explicou que por conta do título conferido à Praça São Francisco pela UNESCO, a temática trabalhará a riqueza patrimonial de São Cristóvão. “A temática definida pelo PETI foi trabalhada e explicada às crianças, pelas monitoras do Programa”. Segundo a coordenadora, o objetivo maior é a promoção do convívio comunitário dos adolescentes com os folguedos folclóricos, com o artesanato e pessoas ilustres do município, ao invés de reproduzir um desfile com a tradicional História do Brasil.
“Todos os trabalhos realizados no PETI foram estacionados para que a temática do desfile pudesse ser trabalhada, mas o Programa desenvolve oficinas de Pintura, marchetaria, Artes Manuais, capoeira, Cidadania (Dança, teatro e demais temáticas transversais), que além da sede abrange o Eduardo Gomes, Aldeia, Parque Santa Rita, Cabrita, sendo que neste último, já está sendo desenvolvida a oficina de capoeira”.

Segundo o oficineiro Lucivaldo Dórea, há seis anos à frente desta atividade de marchetaria e pirografia, cerca de 30 crianças participam dessa atividade e desde o início do segundo semestre, produzem material referente ao desfile. “Os quadros apresentarão o patrimônio da cidade; as flâmulas e as placas, a religiosidade, o folclore, o artesanato e os filhos ilustres de São Cristóvão”.
De acordo com o oficineiro Ricardo Lins, responsável pela Pintura em tela, as crianças que participam dessa atividade têm, geralmente, idades a partir dos 10 anos.“Desenvolvo esta atividade há dois anos no PETI e já foram revelados diversos talentos, principalmente, voltados para o desenho, pois eles precisam de mais orientação na pintura”.
O potencial dos adolescentes é tão expressivo que, segundo o professor de pintura, eles só não têm a própria produção de telas porque não possuem condições econômicas de investir no material. “No próximo ano, outros adolescentes chegarão à oficina, mas se os antigos quiserem, poderão permanecer”.
José Henrique dos Santos tem 13 anos e mora no Loteamento Lauro Rocha e trata-se de mais um dos talentos revelados através da oficina de pintura em tela. “Gosto mais da aula de artes e pinturas. Gosto de desenhar e só não desenho em casa porque minha mãe não deixa riscar as paredes, mas assim que eu puder vou fazer uns quadros pequenos”.
Tiago Lourenço Pereira tem 11 anos, está há 1 ano no PETI e mora na Colônia. Antes de participar do Programa, vivia jogando bola, mas sempre gostou de desenhar. “Eu gostava de fazer desenhos japoneses, de hip hop, mas quando entrei na oficina aprendi a fazer o risco certo e agora eu desenho no caderno da escola, para os meus amigos e quero continuar desenhando e pintando quando eu crescer”.
O desfile cívico de Sete de Setembro está previsto para as 14h, saindo da Praça da Bandeira com destino à Praça da Matriz. “Serão 11 pelotões, apresentando bandeiras; patrimônio; cultura; folclore; religião; artesanato; filhos ilustres; oficinas e o Patrimônio da Humanidade”, informou o oficineiro Lucivaldo Dórea.
No dia 27 de agosto, será realizada uma Reunião Planejamento, onde serão definidas as atividades que serão retomadas após o desfile cívico de Sete de setembro.








Texto: Yara Santos
Foto: Grazziele Santos