31 março 2010

A FARSA DA BOA PREGUIÇA ENCANTA SANCRISTOVENSES


Gargalhadas e muita diversão não faltaram na noite de ontem, 30, durante a apresentação do espetáculo ‘A Farsa da Boa Preguiça’, encenado pelo grupo Ser Tão. O local escolhido não poderia ser outro, a Praça da Matriz na sede de São Cristóvão, onde ao ar livre, dezenas de moradores puderam se deliciar com a comédia digna do mais autêntico teatro de rua.

Base em romances e estórias populares do nordeste, a Farsa da Boa Preguiça conta a estória de Joaquim Simão, um tipo “amarelo” nordestino, cujas proezas são versos, preguiça e mulher. Casado com a apaixonada Nevinha, o poeta é vizinho de Aderaldo Catacão e de sua pseudo-intelectual esposa Clarabela, típicos representantes da burguesia capitalista.

Através de diversas reviravoltas e causos, orquestradas por um trio divino, composto por um cristo, um arcanjo e um sa
nto, a trama vai cruzando o destino desses quatro personagens para mostrar que o único e verdadeiro objetivo do trabalho é a preguiça que ele proporciona depois. Para enriquecer a trama, três demônios utilizam vários disfarces e artimanhas para dificultarem os planos do trio.

Primeira peça de Ariano Suassuna, A Farsa da Boa Preguiça, foi montada pelo Teatro Popular do Nordeste em parceria com Hermilo Borba Filho em 1960, na nova versão ganhou
montagem itinerante através da parceria de dois grupos de teatro da região. De acordo com a diretora, Christina Streva, o espetáculo é nada mais nada menos que um festejo a cultura popular brasileira, uma homenagem ao nosso povo e revela toda a dimensão mítico-religiosa de nossa cultura.

O Grupo

O Ser Tão Teatro é um grupo de pesquisa formado em 2007 na cidade de João Pessoa a partir da reunião de alunos e profissionais das artes cênicas do Departamento de Teatro da Universidade Federal da Paraíba - UFPB. O principal objetivo do grupo é a pesquisa contínua da linguagem teatral com a finalidade de construir uma cena tipicamente brasileira.
As investigações do grupo visam o resgate da memória da dramaturgia nacional adaptada e relida para a realidade
atual; o teatro como palco para o debate de idéias através da abordagem de questões pertinentes ao contexto histórico, político e social; e a busca por uma interpretação que dialogue com as manifestações populares tipicamente nordestinas.

Texto e Foto: Grazziele Santos