05 junho 2012

GRUPO DE COMBATE AO TABAGISMO PROMOVE ENCONTRO ENTRE EX-FUMANTES E USUÁRIOS DO PROGRAMA


Na manhã da segunda-feira, 04, dia em que o grupo combate ao tabagismo se reúne na Unidade de Saúde Básica Posto Valadares, a Coordenação do Programa realizou uma atividade especial para comemorar a data passada de 31 de Maio, Dia Mundial sem Tabaco.

O Coordenador do Programa, o enfermeiro Luciano Cunha, em companhia da Psicóloga, Lívia, recebeu os participantes, cuja preconização do Ministério da Saúde é de 30 pessoas por grupo, mas devido à evasão frente às dificuldades de parar de fumar, em São Cristóvão, mais de 55% deixam de freqüentar.
A reunião desta manhã contou com a participação de três inscritos, além da presença de uma ex-fumante que participou do grupo e após os três meses de tratamento, está há cinco meses sem fumar.

Através de um material de áudio, os presentes ouviram as dicas do Dr. Dráusio Varela, que emplacou um programa de combate ao fumo, numa emissora de televisão; puderam contar a experiência que cada um está passando no enfrentamento diário à vontade de fumar; e ouviram o depoimento real de uma ex-fumante que passou pelo mesmo processo que eles estão passando.

Segundo o coordenador, Luciano, o vício do cigarro é mais difícil de deixar do que o crack. “O cigarro possui mais de 4 mil substancias tóxicas, sendo a nicotina a mais pesada, de maneira que à medida que o fumante vai utilizando, o organismo diminui a produção natural e se adapta à ingestão das doses extras. O início e o tratamento do vicio incluem reações como náuseas, vômitos,dores de cabeça, mas a persistência acostuma o organismo”,explicou o enfermeiro.

Roseane Cardoso dos Santos foi fumante durante 30 anos, vício que desenvolveu durante o seu primeiro casamento, cujo companheiro também era fumante e a mesma acendia os cigarros, passou a tragá-los até se adaptar. Hoje, buscou tratamento e já revela os benefícios da nova vida. “Comecei a fumar com 21 anos,quando casei com um fumante, mas o meu filho começou a fumar e pedi a ele que parasse e também quero parar. Antes de procurar o grupo, fumava uma carteira por dia, hoje fumo apenas dois, quando fico ansiosa, arrumo a minha casa, o meu guarda-roupa nunca esteve tão organizado, tenho dores de cabeça, mas dá para suportar e não estou substituindo o fumo pela comida para não engordar, mas em duas semanas já percebi a melhora”, testemunhou Roseane.

A psicóloga do grupo, Lívia, explicou que o exercício físico é um ótimo desintoxicante, pois melhora a qualidade de vida, além fazer com que a nicotina que leva cerca de sete anos para sair do corpo, saia mais rápido e a pessoa crie bons hábitos e não engorde.

Os altos índices de evasão do programa evidenciam a dificuldade da ação de deixar de fumar, pois existem associações sociais, psicológicas e ideológicas utilizadas pelo indivíduo para justificar o fumo, porém a ‘fuga’ precisa ser contida e a decisão deve ser tomada pelo fumante para, primeiramente, fazer bem a ele mesmo, pois do contrário corre o risco de fraquejar e voltar afumar.

Maria Celeste Marcelino fumou durante 33 anos e depois de muita implicância dos familiares, ela chegou à decisão de parar de fumar. Celeste procurou o grupo e após os três meses de tratamento, está há 5 meses sem fumar. “Eu demorava dois meses para melhorar de uma gripe, agora eu tomo o mesmo remédio e melhoro. Em São Cristóvão, o que mais existe é ladeira, eu cansava, colocava os bofes pela boca, agora subo rapidamente, sem cansar e respiro melhor.Enfrentei um período difícil, pois minha filho morreu com 19 anos e em pouco mais de um ano, minha mãe morreu, eu fiquei como uma cobrame sustentando só no ‘veneno’, o cigarro, até que decidi viver e larguei”, relatou a ex-fumante.

A psicóloga disse, ainda, que a dificuldade em si não é a causa da evasão, mas a vergonha de dizer que fraquejou, que fumou, porém tudo isso faz parte do processo e os profissionais estão à disposição. As histórias dão suporte aos fumantes e os incentiva a persistir mediante às dificuldades, deixando claro que os problemas do cotidiano não podem ser utilizados como uma desculpa para o fumo, pois seria apenas uma fuga.

A próxima reunião será no dia 18 de Junho e o próximo grupo será formado em 13 de agosto. Os interessados devem buscar a Secretaria Municipal da Saúde ou a Unidade de Saúde Posto Valadares.

Texto e Foto: Yara Santos